criando cascas que revelam uma polpa suculenta, brilhante e cheia de
atributos. A superfície e a substância interior se complementam, se
misturam e interagem em camadas sucessivas impregnadas de carne e
imaginação.
Da manipulação do tecido nasceram pétalas e gomos transbordando os
limites entre a casca e a polpa, a pele e as vísceras, o superficial e
o profundo; abrindo fendas, criando dobras, renovando convenções e
formas. As camadas se movimentam ao redor do corpo criando um jogo
entre revelar e esconder, como uma planta carnívora que surpreende e
se revela engolindo pequenos insetos que pairam no ar que a circunda.
Nas relações entre flores, frutas e corpos se manifesta aquilo que
escorre, enruga, envelhece, pulsa e vibra. No desdobramento orgânico
do tecido, cores e texturas dançam em dobras. A roupa ganha vida no
corpo a corpo dos movimentos, fluxos e encontros, fazendo brotar uma
pomologia de sonhos e desejos.
Look da Exposição FAAP Percurso 2006
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